domingo, 30 de dezembro de 2012

(Re)Começar

             E como não dizer que a calmaria no peito, o sorriso tranquilo e a mente levinha feito folha ao vento é aos mãos de Deus? Pois, como não querer, desarmar de pensamentos que travam, de pessoas que atrasam e de coisas que estagnam? É uma força que vem de dentro, pensamentos que se renovam, pois, diante de muitas coisas passadas e vividas, é necessário refletir. Não trazendo isso como uma forma clichê, que ao chegado último dia do ano se avalia o que foi feito, se faz planos, os velhos planos que não foram concretizados outrora. É trazido de forma plena, viva. Uma vontade de mudar a favor da vida, e de todas as trezentos e sessenta e cinco oportunidades que é oferecida, vontade de não perder nada de tudo que puder ser vivido, abraçar cada coisa como se fosse a última, como só existindo um exemplar dessa. E, não é uma vontade utópica, projetada e idealizada é uma vontade real, que emana de cada ato, a partir da percepção de que, as a mudança e a felicidade desejada depende única e exclusivamente daquilo que é permitido. Acredito no poder de resiliência do ser humano, de caminhar pelos infortúnios e se sobressair de forma que, possa construir coisas grandiosas. Diante de um ano que finda, e de todas as oportunidades e as não oportunidades vividas, diante de dias tempestivos, humores ácidos, acontecimentos ruins, como também diante de acontecimentos únicos, olhares impar, e dias especias, agradeço aquele que sempre fortalece, que sempre olha, cuida e protege, por cada momento vivido, sendo ele bom ou não. Agradeço pelo cuidado e pelo olhar que é lançado, olhar de compreensão e de amor incondicional, por renascer a cada dia nos corações  trazendo a esperança e a fortaleza. Os planos para os trezentos e sessenta e cinco dias que viram, são muitos, porém dispensa-los-ei aqui. O único pedido é paz e saúde todo resto e consequência. Uma vez que a mente se renova, com conceitos que são descartados, conhecimentos que são adquiridos, experiências vivas, novas oportunidades,  resignificações,  tudo se faz novo. Tudo tende a prosperar. Um (re)começo cheio de luz e positividade. Vou lá, já começou!          

domingo, 16 de dezembro de 2012

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

...

            Olhando para os passos já dados, pelas decisões tomadas e as não tomadas, eu vejo o quanto você me doí de vez em quando. Percebo os lugares ocupados e os sentimentos vividos, vejo ainda o quanto sou vulnerável a essas camadas de sentimentos que de mim emanam a cada aparição sua. É uma somática que se dá de forma quase inexplicável,  é um modo de perder-se dentro de mim mesma. Alguém me explica isso por favor ? Será que amor é isso mesmo ? se não for, o que há de ser ?...  As vezes eu me desvencilho de livros, artigos, notícias e desmorono, por alguns minutos ou horas, onde só você vem a tona e ai eu desamarro um pranto, aquele mesmo pranto antigo, de quando você já tava indo embora e eu me apercebi de que tava fechando a porta para aquele que despertava e ainda desperta os mais bonitos sorrisos que eu posso oferecer ao céu, ao sol e as estrelas. Sempre que me pego pensando, sentindo,  penso que uma palavra, uma ação teria sido suficiente pra mudar nosso roteiro, mas, em contrapartida penso que se as coisas aconteceram e hoje são como são, algum motivo/objetivo há de ter. Mesmo que eu desconheça esse, há de ter. Você é um ponto final que não existe, interrogações contantes, a ligação as doze e quarenta da madrugada, é a confusão quando eu digo que não, é a contradição que arranca de mim tudo aquilo que deseja, é o telefone que não toca no dia seguinte depois de dividir o mesmo travesseiro que eu, é a mentira que eu sempre acredito. E dentre os últimos acontecimentos eu venho me perguntando o porque de me faltar tanto, no momento em que mais preciso de mim mesma, no momento em que preciso de valorizar minhas asas  e levantar voo. É uma fuga de pensamento que só desemboca em você, o que terás feito, feitiço, mágia ou o simples fato de ir aonde ninguém foi, ou terá sido o fato de ter ficado quando todos foram embora, ou será ainda que foi quando você se doou e se desarmou, do medo  de estar e ser comigo?  Percebo o quanto alimento as sessões de ausência, cultuando uma presença que não virá a minha vontade, satisfazer meu bel-prazer. Eu gosto com uma força bruta que não entendo bem, e se em meio aos seus silêncios a oportunidade vir a calhar eu só pediria para me ajudar a entender. Mas, nesse seu silêncio eu também silencio, sem entender o porque, olhando você e pensando o quanto eu quero, o quanto eu sinto. Só que o silencio faz um barulho danado.



                                                                                                    "Mas, toda vez que eu procuro uma saída, acabo 
                                                                                                    entrando sem querer na tua vida."

sábado, 1 de setembro de 2012

Noite


         O abraço que cabe tudo, absolutamente tudo. O abraço mais rápido e mais gostoso, o mais quente, o mais cheio de sentimento, o mais confortante, o mais acolhedor, o mais especial, o mais ... Enfim, poderia eu elencar inúmeros adjetivos para aquele abraço inesperado que fez da minha noite menos doída e  triste. Ah,como sempre volto para as mesmas coisas sempre, quando digo em silêncio que não te quero, que vou te esquecer, que o  tempo já se passou, que não deu, que acabou e ponto final. Ah, que se dane as promessas em silêncio, nunca me levei a sério nessas promessas comigo mesma, sempre me sabotando e sempre contrariando os ditos impostos por mim. A noite tinha uma lua tipo, branca cinzenta que contracenava desse abraço e desses vários sentimentos que tomaram conta do corpo e da mente. Deus, como foi bom. Como eu esperei. Neuroticamente falando, era por isso que esperava. Esperava por seu sorriso, por seu olhar, por seu toque, enfim, esperava por você, mesmo que em uma fração de segundos. Aqui, o relógio tictaqueia  no mesmo compaso do tum-tá do coração, nesta noite, acalentado. A você que tem o poder/dom de mudar, de afetar e de fazer bem, tome: meu afeto.  ♥♥♥

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

(re)memorar

 Aqui, as três e vinte  nove, com o velho hábito de sempre, "trocando o dia pela noite" com o olho na tela do computador e a cabeça lá, em você, naquela vidinha simples, na rotina diária, na casinha humilde, com coração gigante e o sorriso que anima o dia. É permanente ainda todo o sentimento que foi construído entre nós de maneira sutil, espontânea e sincera. É clichê, mas, o melhor dos acontecimentos foi você, o que chegou mudando o rumo, a proza, o jeito, o gesto, o riso. Ficando a boba, toda desconcertada com tudo aquilo que acontecia implícito e explícitamente. As noites tem gosto de saudade, as lembranças tem sabor de tristeza, mas, como tudo aquilo que é cíclico na vida (ás vezes nem tudo) dou-me como insatisfeita, não que vá revolucionar e querer mudar o curso normal dos acontecimentos (deveria), da vida, hoje tudo é novo e tão velho ao mesmo tempo, contraditório? É, a mais pura verdade. Contradição. Aquele meio tempo em que as vozes silenciaram, resulta hoje em estórias, é, estórias que foram se moldando nesse meio tempo colocado por nós de forma oculta. Há uma querer atípico ainda, de querer saber, tocar, ver, ouvir e sentir, esse, que não se explica. Pois bem, já dizia minha mãe, querer não é poder baby. Um coadjuvante de toda essa trama, me disse que é um tremendo erro, começar estórias sem terminar histórias,  por medo da solidão ou a vontade de dar um novo rumo para todo esse emaranhado, começam-se estórias, cujos cursos não sabe-se. Você foi o caso por acaso mais intenso e bem vivido, se assim posso dizer, ainda lembro o sorriso explosivo com as piadas sem graça vendo o programa do Jô, poderia descrever com detalhes as expressões e o meu coração que pulsava descontroladamente pelas madrugadas a dentro, com as infindáveis conversas, risos bobos e o silêncio que falava por nós. Tento ter o controle, ao abrir as gavetas das nossas lembranças, tudo tão enfático, tão intenso, e agora, o vejo indo embora, dando as costas a tudo que foi vivido. E eu, que ainda te quero tanto bem, só tenho os resquícios das marcas no consciente. Sigo acreditando que te amarei, apesar dos outros amores que virão, não igual, nem melhor, nem pior, apenas outros. Eu não nego, eu me entrego você é meu grande amor e hoje eu vou dizer que te amo. 



  Amanheceu, é hora de seguir! 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Casos Inacabados

        Tem gente que vai ficando na nossa vida. A gente conhece, se envolve, termina, mas não coloca um ponto final. De alguma forma a coisa segue. Às vezes, na forma de um saudosismo cheio de desejo, uma intimidade que fica a milímetros de virar sexo. Em outras, como sexo mesmo, refeição completa que mata a fome mas não satisfaz, e ainda pode causar dor de barriga. Eu chamo isso de caso inacabado. Minha impressão é que todo mundo tem ou teve alguma coisa assim na vida. Talvez seja inevitável, uma vez que nem todas as relações terminam com o total esgotamento emocional. Na maior parte das vezes, temos dúvida, temos afeto, temos tesão, mas as coisas, ainda assim, acabam. Porque o outro não quer. Porque os santos não batem. Porque uma terceira pessoa aparece e tumultua tudo. Mas o encerramento do namoro (ou equivalente) não elimina os sentimentos. Eles continuam lá, e podem se tornar um caso inacabado. Isso às vezes acontece por fraqueza ou comodismo. Você sabe que não está mais apaixonado, mas a pessoa está lá, dando sopa, e você está carente... Fica fácil telefonar e fazer um reatamento provisório. Se os dois estiverem na mesma vibração – ou seja, desapaixonados – menos mal. Mas em geral não é isso. Quase sempre nesse tipo de arranjo tem alguém apaixonado (ou pelo menos, dedicado) e outro alguém que está menos aí. A relação fica desigual.  De um lado, há uma pessoa cheia de esperança no presente. Do outro, alguém com o corpo aqui, mas a cabeça no futuro, esperando, espiando, a fim de algo melhor. Claro, não é preciso ser psicólogo para perceber que mesmo nesses arranjos desequilibrados a pessoa que não ama também está enredada. 
     De alguma forma ela não consegue sair. Pode ser que apenas um dos dois faça gestos apaixonados e se mostre vulnerável, mas continua havendo dois na relação. Talvez a pessoa mais frágil seja, afinal, a mais forte nesse tipo de caso. Pelo menos ela sabe o que está fazendo ali. Esse tipo de caso inacabado é horrível. Ele atrapalha a evolução da vida. Com uma pendência dessas, a gente não avança. Você encontra gente legal, mas não se vincula porque sua cabeça está presa lá atrás. Ou você se envolve, mas esconde do novo amor uma área secreta na qual só cabem você e o caso inacabado. A coisa vira uma traição subjetiva. Não tem sexo, não tem aperto de mãos no escuro, mas tem uma intimidade tão densa que exclui o outro – e emocionalmente pode ser mais séria que uma trepada. Ainda que seja mera fantasia. A minha observação sugere, porém, que boa parte dos casos inacabados não contém sexo. A pessoa sai da sua cama, sai até da sua vida, mas continua ocupando um espaço na sua cabeça. Você pode apenas sonhar com ela, pode falar por telefone uma vez por mês ou trocar emails todos os dias. De alguma forma, a história não acabou. A castidade existe, mas ela é apenas aparente. Na vida emocional, dentro de nós, a pessoa ainda ocupa um espaço erótico e afetivo inconfessável. A rigor, a gente pode entrar numa dessas com gente que nunca namorou. Basta às vezes o convívio, uma transa, meia transa, e lá está você, fisgado por alguém com quem nunca dormiu – mas de quem, subjetivamente, não consegue se esquivar. Telefona, cerca, convida. Estabelece com a pessoa uma relação que gira em torno do desejo insatisfeito, do afeto não retribuído. Vira um caso inacabado que nunca teve início, mas que, nem por isso, chega ao fim. Um saco. Se tudo isso parece muito sério, relaxe. Há outro tipo de caso inacabado que não dói. São aquelas pessoas de quem você vai gostar a vida toda, cuja simples visão é capaz de causar felicidade. Elas existem.
    Você não vai largar a mulher que ama para correr atrás de uma figura dessas, mas, cada vez que ela aparecer, vai causar em você uma insurgência incontrolável de ternura, de saudades, de carinho. O desejo, que já foi imenso, envelheceu num barril de carvalho e virou outra coisa, meio budista. Você olha, você lembra, você poderia querer – mas já não quer. Você fica feliz por ela, e esse sentimento é uma delícia. Para encerrar, uma observação: o alcance e a duração dos casos inacabados dependem do momento da vida. Se você está solto por aí, vira presa fácil desse tipo de envolvimento. Acontece muito quando a gente é jovem, também se repete quando a gente é mais velho e está desvinculado. Mas um grande amor, em qualquer idade, tende a por as coisas no lugar. Uma relação intensa, duradoura, faz com que a gente coloque em perspectiva esses enroscos. Eles não são para a vida inteira, eles não determinam a nossa vida. Quem faz diferença é quem nos aceita e quem nós recebemos em nossa vida. O que faz diferença é o que fica. O resto passa, que nem um porre feliz ou uma ressaca dolorosa.

Ivan Martins

segunda-feira, 25 de junho de 2012

  Ás vezes estamos tão próximos do desejado, mas ainda não atingimos o ponto ideal.Contemplar de longe não é a mesma coisa que conquistar, chegar e viver no lugar que contemplávamos. Admirar a distância é prova irremediável de que estamos "encalhados" num imenso leito de areia. Suspiros de lamentação nos invadem,impedindo-nos de caminhar. De que adianta um peixe ter diante dos olhos toda a água do oceano se ele está "encalhado" na areia? Assim é a nossa vida. Vivemos aos suspiros,lamentando o passo que não foi dado enquanto a água permanece bem ali á nossa frente.Erramos ao viver suspirando.Acertamos quando, após o último suspiro, resolvemos caminhar em direção á vitória!



domingo, 6 de maio de 2012

O ponto final

         O ponto final, qual a relevância dada a esse símbolo.?  Dificuldade e desconforto são as palavras, uma emerge na consciência e a outra no peito. O ponto remete  aquele estágio em que as ações, os sentimentos findam para que daí possa ser construído um novo sentimento, novas ações porém, sem dores, sem ressentimentos, sem visões limitadas que existiam antes do ponto final. É uma espécie de balanço, como aqueles que é feito em estoques de empresas, que você vai contar o que ficou, quanto ficou, e  você se depara que o que ficou foi bom, foi positivo, no entanto aquilo que você contava tinha uma data de validade estabelecida e em um certo momento há de ser substituído por novos "produtos", pois a data de validade chegara e não é mais possível contar um estoque onde seus "produtos" estão marcados indicando o vencimento,  é onde se faz necessário um ponto, mas, por motivos (in)conscientes o ponto não é colocado no seu devido lugar, pois, há sempre uma coisinha (essa que por motivos inconscientes não saem da nomenclatura de 'coisinha') que leva sempre ao lugar de origem, conferir outra vez se a data de validade esta correta, se não tem uns dias a mais para o vencimento, se é possível ainda aproveitar aquele "produto" da melhor maneira possível para que, quando a data realmente chegar possa ser colocado o ponto final sem um apertinho no peito. Com uma analogia em que se traz; empresa, produto, validade essas palavras bem mercadológicas a pergunta é, qual a singnificância que se atribui ao ponto final.? Onde o que foi vivido, o que foi feito e sentido, tem importâncias fugazes.? O ponto final é de uma extrema importância, seja ele em que contexto for, pois significa fechar ciclos e fechar ciclos é de um significado tremendo para a constituição enquanto pessoa, na medida em que é colocado um ponto não é somente o termino, mas o grande começo, vendo pela ótica de que existiu a capacidade cognitiva, afetiva e maturacional. A não colocação do ponto leva-se a diversas angústias, fantasias, devaneios e aqueles muitos 'porquês', se entregando a pensamentos sobre o que deveria ter acontecido, do que não aconteceu e porque não aconteceu, no demente exercício de pisar no real  finge-se que não fantasia, e fantasia, fantasia. Depois de tanto mencioná-lo, coloca-lo-ei,  parafraseando apenas uma grande pessoa em quase todos os sentidos, Fábio de Melo diz que;  "É preciso deixar partir o que não te pertence mais, deixar seguir o que não poderá voltar, deixar morrer o que a vida já despediu abrir a porta do quarto e a janela que o possível da vida te espera." 

domingo, 25 de março de 2012

Aqui, agora, de todo coração. Como fazer a escolha mais delicada da vida ?

            Escolher é difícil. Pergunte a um psicólogo e ele vai explicar por que gente obrigada a optar entre uma coisa e outra – qualquer que sejam essas coisas – sente ansiedade. Isso acontece em lojas de sapato, em restaurantes, na porta do cinema e até no sexo. Uma amiga me contou outro dia como foi estar numa festa e ter dois homens sedutores dando em cima dela. “Tive de escolher um deles, mas com um aperto no coração”, ela me disse. No dia seguinte, o bonitão que ela escolheu caiu no vácuo e nunca mais deu notícias. Escolher, ela aprendeu, é abrir mão de alguma outra coisa - e as consequências podem ser irreversíveis. Infelizmente para nós, nem todas as escolhas são tão simples quanto a do sexo na balada. Penso na escolha mais delicada que a gente faz na vida, aquela que envolve os parceiros de longo prazo. Em que momento concluímos que uma pessoa deixou de ser apenas item de prazer ou fonte de encantamento e se tornou a criatura com quem vamos dividir a vida? Pode ser casando, comprando apartamento e tendo filhos, ou, de forma menos ritualizada, pondo os sentimentos e necessidades dela no centro da nossa vida, mesmo vivendo em casas separadas.
           O compromisso é parecido, assim como os caminhos que levam a ele. A primeira coisa que conta nas grandes escolhas – eu acho - é a permanência. Ninguém tem direito a reivindicar um posto dessa importância sem ter ralado um tanto. Não adianta a Fulana decidir, em 30 dias, que vai ser sua mulher para o resto da sua vida. Não funciona assim. O teste do tempo é fundamental. Se aquela mulher ou aquele sujeito continua lá depois de todas as discussões e inevitáveis desencontros, se ela ou ele resolveu ficar depois de todas as chances de ir embora, se os seus sentimentos em relação a ele ou ela continuam vivos, um bom motivo há de haver. Para que as coisas funcionem no longo prazo é essencial haver lealdade. Eu cuido, eu protejo, eu respeito – e você faz o mesmo comigo. Se você não sente que seus sentimentos e a sua vida são importantes para ele ou para ela, desista. Como o ambiente lá fora é hostil, é essencial saber que no interior da relação existe cumplicidade e abrigo, com um grau elevado de honestidade: você diz o que pensa e isso vai ajudar, ainda que doa. É impossível prometer que coisas ruins jamais irão acontecer, é falso garantir que os sentimentos permanecerão os mesmos para sempre, mas é essencial olhar nos olhos do outro e sentir a disposição de tentar, verdadeiramente, que seja assim. Aqui, agora, de todo o coração, tem de ser para sempre – ou então a gente nem começa.É essencial, também, que a experiência de convívio seja boa. Amores tumultuados dão bons filmes e péssimas vidas. É essencial acordar no sábado e ter vontade de ficar mais tempo na cama, enrolado naquele ser ao seu lado. Se a conversa antes de dormir deixou de ser gostosa ou se qualquer programa parece mais interessante do que a companhia dela ou dele, para que insistir? O prazer que o outro proporciona é essencial. Prazer de transar, prazer de olhar, prazer de ouvir, prazer de simplesmente estar. Se você caminha pela rua com ela e os dois são capazes de rir um com o outro, algo vai bem. Se você passa a tarde com ele no sofá, lendo ou transando, e o dia parece perfeito, eis um bom sinal. A felicidade não tem receita, mas a gente percebe quando está funcionando.
         Se tudo isso existir – e não é fácil – ainda fará falta um quarto elemento, essencial ao equilíbrio duradouro das relações: os planos. Se ele que ter cinco filhos e você não quer ser mãe, não vai rolar. Se ela quer levar uma vida de viagens e aventura e o seu sonho é ficar aqui mesmo, perto das famílias e dos amigos, não deu. Viver bem pressupõe afinidades essenciais de gosto, sentimento e expectativas, sem falar de ideologia. Todas essas coisas se refletem nos planos. Eu penso no amor como um voo de longa distância. O avião precisa estar carregado com o tempo da relação, com o prazer que ela proporciona e com a lealdade em que ela está baseada – mas as pessoas ainda têm de concordar sobre o destino. Se eu quero ir à Tóquio e você à Nova York, precisamos embarcar em vôos diferentes.

                                                                                                          Ivan Martins.

segunda-feira, 12 de março de 2012

A beleza das coisas mais simples

       Hoje, mais precisamente a minutos atrás, observava a beleza e a simplicidade da lua e junto com a  observação e admiração, pensando o quanto a correria, as tarefas diárias e a bomba de coisas supérfluas que nos é emitido,  não nos permite a contemplação de uma coisa tão simples, tão bela. Com reflexões e contemplando essa lua tão linda, vejo o quanto as coisas que mais importam nessa vida são vistas com desdém, sem muito valor, sentimentos banalizados, presenças pouco valorizadas. Esses aspectos remete muito a vida. Engraçado, a vida uma dádiva do criador, a obra mais bem feita e bem mais (in)definida, de um modo geral ela é vista sob um viés de fragilidade, algo que requer cuidado, esmero e uma série de outras coisas, no entanto, o que fazem e como vivem, não condizem com seus ideais e projetos, contraditório não.? A vida hoje é vista na ótica do espetáculo, do imediatismo, um simulacro, mais precisamente. Vive mais feliz quem tem olhos e ouvidos capazes de ouvir e enxergar  o canto amoroso da simplicidade. É nas miudezas que tudo aquilo que realmente importa se revela com maior nitidez.

sábado, 3 de março de 2012

Vínculo Inédito



"O tecido do vínculo é o real entre dois organismos humanos. Trata-se, antes de tudo, de uma característica da espécie humana, uma realidade feita de "sentires" (feelings), emoções em sua maioria inconscientes, mas também conscientes, de sensorialidades que nada têm de especificamente analíticas, inclusive na sessão anaítica. O que faz vínculo entre dois humanos são os alicerces que um se liga ao outro e que o vínculo se estabelece ou não. É aí que a transferência se entrelaça."

                                                    Radmila Zyguoris

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Idolatrando o ego


         Falta muito ainda para ser uma Psicóloga. viciada em internet, música chocolate e filmes. Ama os livros e o aconchego do lar. Cheia de defeitos, mas são eles que você vai conhecer no primeiro dia. As qualidades só conhece quem merece, só sente quem faz por onde. Uma chorona não tão fácil de agradar, que de meiguinha, não tem quase nada, mas é mais carinhosa do que se pode imaginar. Um orgulho que até assusta. Sorriso aberto e lágrimas fáceis, vive em um mundo de contradições. Uma timidez espontânea. Não suporta a solidão, mas, certas vezes, odeia qualquer tipo de gente perto dela. Uma complicação simples, um egoísmo generoso, um ciúme compreensível, uma personalidade tão forte que chega a ser frágil, uma maluquice sensata. Para o desespero de sua mãe, vive longe de casa e não mantém um contato freqüente. Para desespero do pai está longe de seus cuidados e caprichos. Odeia de acordar cedo, principalmente  aos domingos. Prefere o aconchegante ao luxo. Detesta gente boazinha e coisa certinha. Ler um livro a faz bem. É de poucas amizades, mas sempre muito intensas. Adoraria poder falar o que pensa em tempo integral. Não consegue usar salto. Amarelo é a sua cor favorita. Sonha com uma casa que tenha uma varanda grande com uma rede na parede de prefencia em um lugar lindo e calmo, uma sala com uma estante imensa recheada de livros. Cachorros e crianças bagunçando toda a casa. Acredita que é preciso deixar espaços para receber coisas novas. Fazer a faxina da mente, da alma, do corpo e do coração. Demolir as ruínas e construir qualquer coisa nova, quem sabe, até um castelo. Na geladeira como de praxe, coca-cola gelada para o almoço. No coração, uma vontade imensa de continuar sendo feliz com o pouco muito que tem e, repetindo Caio ela sempre diz:
 Que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera.

Volta

      Como é mesmo aquele velho jargão manjado? O bom filho a casa torna, é isso? é isso! Depois de meses a fio, enfim, consigo recuperar esse espaço que dedico minutos, horas e momentos de profunda conexão comigo mesma. Espaço esse de conforto intríseco,  "precioso" onde coloco, angustias, alegrias, decepções e afins. Depois de muito tempo sem exercitar a prática da escrita, exceto naquelas redes sociais, coisas do dia, as vezes nem isso, acho que perdi o jeito, o manejo de parar um pouco e escrever. Escrever, ato simplista que requer apenas um mínimo esforço físico e mental, podendo com isso, adentrar em dimensões desconhecidas através de um grande-pequeno ato. Desde a ultima postagem, muitas coisas aconteceram, muitas passaram, outras ficaram, festividades de fim de ano, expectativas para o grande (re)começo, alegrias de um carnaval e agora, a rotina de uma vida que 'deve' ser vivida no curso sequencial. Findo por dizer que, é MUITO bom, com a intensidade e o tamanho da palavra,  ter um lugarzinho assim, onde você possa se sentir em casa.